Esta última tirada, seca, e
deixada já numa porta entreaberta, doeu mais que tudo aquilo que ela poderia
ter feito, ou todas as acusações que ela poderia ter deixado antes de sair do
apartamento.
Numa única pequena frase ela
despejou tudo aquilo que lhe ia na alma e que merecidamente me deixou como
herança desta relação. Fui estupido, egoísta e sobretudo não soube ser homem
suficiente para lidar com uma Mulher como ela.
“Vai-te Foder”
Durante horas fiquei sentado no
sofá e não consegui mover um músculo nem articular uma palavra. Deveria ter ido
atrás dela e pedir-lhe desculpas, mas desculpas de quê?
Desculpa de ser quem sou?
“Ama-me Menos e Gosta mais de Mim!”
Ela dizia isso muitas vezes quando nos abraçávamos depois de mais uma discussão
em que dizíamos coisas que não queríamos e coisas que não sentíamos. Só hoje
percebi a extensão daquelas palavras e o quanto elas teriam sido importantes se
as tivesse percebido.
Eu amava-a como nunca Amei e
desejava-a como nunca desejei outra Mulher. Mas só por ser como sou, errei em
tantas coisas, que gostava de poder voltar atrás no tempo e reviver cada
momento em que fiz merda, mas sabendo que estupidamente, faria o mesmo.
Mas eu gostava dela, Juro que gostava!
Agora, prostrado no sofá, tudo me
parecia tão estupidamente claro que tinha a formula para que ela nunca tivesse
partido; sabia o que deveria ter feito em cada momento em que a desiludi, sabia
o que deveria ter dito em todos os momentos em que me calei e sabia sobretudo
todas as palavras qe deveria ter calado quando falei demais.
Mas mais que todas as fórmulas,
sabia sobretudo que errei e que voltaria a errar se ela voltasse a entrar por
aquela porta.
Sentado no mesmo sofá onde tantas
vezes nos Amamos, chorei de raiva, chorei de tristeza e chorei de saudade!
Toca o telefone, quebrando o silencio pesado da casa vazia.
“(…)”
“Não pode ser … acabamos … bem… acabei
com ela!”
Voltei a ser eu mais uma vez e
nesse momento tive a certeza nunca a mereci!
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