Quem nunca andou nu pela casa?
Fazer isso é uma necessidade que nos aproxima da verdadeira nudez que é aquela
em que não tiramos só a roupas mas todas as camadas exteriores que nos protegem
de um Mundo por vezes cruel e que nos assusta.
Lembro-me de o ter feito uma vez com
a idade de 6 anos, enquanto a minha mãe recebia a visita de umas amigas e
irromper pela sala, todo nu, vestido unicamente com uma capa de Zorro e uma
espada. Na altura não percebi porque o tinha feito nem qual tinha sido a necessidade
de depois ir para a sala expor a minha minúscula nudez a senhoras de meia-idade.
Ainda hoje não sei porque o fiz
mas acredito que já todos um dia tivemos essa vontade de nos despir perante
estranhos e mostrar a nossa nudez física como uma metáfora da verdadeira Nudez
que é a de sermos nós mesmos, nem que seja por uns momentos.
Fi-lo com 6 anos, felizmente, não
me causando mais embaraços que não fossem a vergonha de uma palmada no rabo.
Fi-lo já adulto numa praia em
Barcelona, com amigos e amigas, num banho de mar às 4 da manhã e tenho de
admitir que foi uma sensação agradável que não tem nada a ver com a Nudez erótica
ou sexual.
A Nudez individual encontra-se na
nudez física mas também na escrita por vezes, no silêncio ou na solidão de um
monólogo numa longa viagem de carro (ou isso sou só eu porque sou um pouco esquizofrénico)
A Nudez perante terceiros encontra-se
no Amor e a necessidade de Amar e ser Amado resulta talvez da nossa necessidade
de ficarmos nus e indefesos, voltando à nossa infância.
Pode ser uma forma demasiado simplista de falar
de Amor, mas não há nada mais reconfortante do que poder despir-nos,
despojar-nos e ficar indefesos perante a Pessoa Amada.
Por isso, Dispam-se o maior
numero de vezes possível porque Não se Ama sem NUDEZ. !
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