VISTO DAQUI.... NÃO SEI

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domingo, 18 de outubro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA MOSCA NO FABRICO DO PÃO-DE-LÓ

Falar sobre nada e fazer parecer o assunto importante é uma coisa que alguns chamam de …capacidade política ou é simplesmente ser-se chato !
Este exercício de escrita foi feito há muitos anos quando me foi pedido, durante o serviço militar, para dissertar sobre alguma coisa sem sentido, para avaliar a capacidade de improviso como futuro graduado. Do meu improviso nasceu alguma coisa parecida com isto que tentei recriar de memória …




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           As moscas são insectos que normalmente se reproduzem com extrema facilidade em locais onde abundam excrementos, a sua presença era contínua em tempos remotos onde a higiene era ainda desconhecida e as ruas eram pavimentadas de cores e cheiros vários.

Belas damas retratadas por pintores da época, tomavam banho às mãos de serviçais que não abusavam na quantidade de água, porque tal prática era tida por ser pouco saudável como todo o abuso de líquidos não ingeridos.

Neste “Paraíso” de cheiros e cores que hoje consideraríamos ofensivos, viviam as Donas moscas que eram os verdadeiros senhores destes reinos.

Nestas novas cidades viviam igualmente todo o tipo de artesãos que procuravam servir as suas gentes com necessidades nova e crescentes.

Uma dessas necessidades eram as doçarias, muitas vezes trazidas ao conhecimento geral pelas ordens religiosas que entre masturbações pouco satisfatórias e orações muito pouco devotas, ocupavam os seus tempos com o prazer da Gula que substituía outros prazeres, porventura nem sempre fáceis de concretizar.

Quis o acaso que umas destas iguarias nascesse num mosteiro de uma forma muito ligada às moscas e é essa história que vou tentar contar aqui.

Reza a história que quando um Frade obeso preparava os ingredientes para confecionar um belo pão de forno, segundo uma receita que passara de mão em mão no mosteiro, deu-lhe uma repentina vontade de satisfazer umas necessidades fisiológicas prementes.
Com uma rapidez que se lhe não via no caminho para as orações matinais, o Frade foi agachar-se por trás de uma oliveira que lhe cobria somente meia nádega mas que lhe dava uma sensação de segurança e aí sem demoras, e com um sorriso na cara, despejou no terreno do mosteiro os restos de um almoço frugal, ainda condimentado com o jantar mal digerido da noite anterior.

Resultou daí um festim para a moscarada que de súbito invadiu o local e celebrou tal comezaina, chamando familiares e amigos.

Acabado o serviço, o Frade levantou-se e voltou para a cozinha. Naquele tempo e naquele local, o papel era para os escritos sagrados e se uma boa cagadela também não deixava de o ser, o papel para tal não chegava. Sobre a água….. Já falamos no início do texto.
Levando consigo um rasto de cheiro a Merda, o Frade entrou na cozinha para continuar a preparação do já referido pão de forno, arrastando consigo sem o saber, uma legião de fãs que o seguiam.
Hoje as versões sobre a quantidade de moscas variam, mas o frade jurou até à morte que eram milhares as que invadiram a sua cozinha e o obrigaram a juntar todos os ingredientes segundo uma ordem e quantidades que não eram aquelas que o pão precisava para os proteger da súbita invasão.

Sem talheres à mão, para retirar as moscas que entretanto se tinham prendido à mistura, o frade partiu ovos para usar a casca como colher improvisada. Depois de limpa de moscas a mistura para pão estava coberta de ovos e já nunca mais seria pão, por mais divina que fosse a sua preparação.

Perante o sucedido e sem tempo para mais, o frade juntou a sua energia para bater a massa que resultou do infeliz acontecimento e os ovos que entretanto partira; juntou-lhe açúcar para dar sentido aos ovos e levou ao forno rezando para que dali saísse alguma coisa comestível.

A força do seu braço direito, experimentado por muitas noite de Amor solitário, era descomunal, e tinha batido de tal forma a massa que conseguira que ela arejasse o suficiente para que, saindo do forno, o resultado fosse excelente.

Bem amarelo, que as galinhas do Mosteiro eram uma maravilha e bem leve, o Pão era doce e foi para a mesa do mosteiro no final do dia

Lot , era o nome do Frade, e o pão teve um sucesso estrondoso no mosteiro passando a chamar-se pão-de-Lot e obrigando a repetições em dias de festa.

Um dia, em confissão, e com o fardo da pecado da mentira sobre ele, o Pobre frade admitiu que a autoria do bolo resultara do acaso da merda e das moscas

O frade superior achou que esse assunto não dizia respeito somente a Deus e divulgando a confissão no mosteiro, o Pobre coitado foi tratado até ao fim dos seus dias como o inventor do pão de merda que hoje conhecemos como pão-de-ló.


Não podemos por isso relativizar a importância fulcral das moscas no fabrico do pão-de-ló !!!

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