VISTO DAQUI.... NÃO SEI

VISTO DAQUI.... NÃO SEI

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Em jeito de Balanço e com mais 24 horas !




2015 está a acabar e vem aí mais um ano com um dia extra. A minha resolução de Ano novo passa por aproveitar ao máximo este dia que não tive em 2015 e que me impediu de realizar um sem número de coisas.

Que falta me fizeram estas 24 horas adicionais neste ano que acaba !





Poderia ter dito mil vezes “Amo-te” a quem Amo!
Poderia ter lido o livro que quero realmente ler
Poderia ter visto aquele filme que venho adiando
Poderia ter Amado mais algumas vezes
Poderia ter Mandado à merda algumas pessoas que o mereciam
Poderia ter escrito postais e cartas em vez de enviar mensagens
Poderia ter dados abraços só por abraçar
Poderia ter ido ver o Mar sem fazer nada mais que isso
Poderia ter tomado um banho de banheira com velas e …contigo

Calculando assim por alto, e dependendo do tempo gasto no Amor, ainda me sobrariam algumas horas para por o sono em dia.

24 Horas dão para tanta coisa que 2016 será seguramente diferente de 2015!

Mal posso esperar pelo dia 29 de Fevereiro ou talvez não … Talvez seja hora de fazer de todos os dias, dias extras, e aproveitar cada um como se fosse uma dádiva, passar tempo com aqueles que amamos e a fazer aquilo que nos faz feliz.


Feliz 2016 e que todos os dias sejam 29 de Fevereiro !

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Moribundo













Vieste ver-me
Pela última vez.
Estava em silêncio,
Também não falaste.
Não me importei,
Era a última vez
E as palavras já não doíam
O tempo em que as palavras
Podiam ferir
Tinha-se esgotado.
Agora o silencia
Ficava bem.
Ainda havia tempo.
Tem graça…
Agora falar de tempo,
Quando o tempo já não importa.
Quantas vezes eu disse
Tenho tempo!
Agora já não tenho
E falta-me o resto
Faltas me tu.
Falta me nós
E afinal sobra tempo.
Se falasses a tempo,
Poderia ouvir-te
Ainda antes de ir.
Mas não falaste.
Não me importei …
Porque já era  tempo,

Tempo de ir.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Feliz N... Sejam Felizes !

A todos aqueles que lêem os textos de “Visto daqui … não sei” no facebook, no Blog, ou no Google+, Quero deixar um desejo de feliz Natal, Felizes festas ou seja lá o que isso for.

Estes textos significam simplesmente, o passar para uma área pública, aquilo que sempre fiz, que foi escrever sobre a vida em geral sem pretensões de qualquer tipo, seja na temática, seja na escrita.

Nos textos pretendo muito modestamente, mostrar a minha visão de várias realidades, vistas… Daqui!

Essas realidades : Muitas Vivi-as, algumas conheci-as de perto, outras imagino-as o melhor que sei e algumas ainda, sonho em vive-las mas são e serão sempre, e só, uma visão e um lado das coisas da vida que me tocam e que espero que também tocam quem as lê.

Espero que o prazer imenso que sinto ao escrever e partilhar seja pelo menos numa pequeníssima parte reflectido e sentido pelas pessoas que têm a paciência de me ler.

Se continuar a ter respostas e leitores aos meus textos, continuarei esta aventura em 2016, esperando que continuem a gostar, partilhar e sobretudo a ler aquilo que escrevo.


OBRIGADO E SEJAM FELIZES (NÃO SÓ NO NATAL MAS SEMPRE QUE PUDEREM!) 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Conto de Natal

Dia 24 de Dezembro, 17 horas.

Lá fora está frio e chuva como era suposto estar nesse dia. 

Em casa as luzes de Natal iluminam a Sala e a lareira acesa deixa um ligeiro cheiro a lenha queimada que perfuma a casa ao mesmo tempo que o calor provoca um ligeiro rubor nas faces das crianças. 

Elas aguardam ansiosamente a hora de poder abrir os presentes. 

O cheiro a canela e a rabanadas vem da cozinha onde a mãe e a avó conversam enquanto preparam os pitéus que encherão a mesa da sala depois do Jantar que como é tradição, será de Bacalhau com batatas e as couves que a avó trouxe pela manhã. 

O pai, sentado no sofá ao lado do avô, vai lendo o Jornal e discutindo as notícias sem grande convicção.

A televisão repõe clássicos de Natal que os miúdos olham de soslaio esparramados no sofá.

Da rua ouvem-se clássicos de Natal e de vez em quando vozes de pessoas a falar alto enquanto voltam a casa com as últimas compras.

É Natal

Visto daqui …. Parece um quadro Natalício perfeito.  

Vamos ver e ouvir de Perto .....

Na cozinha, Ana discute com a mãe dela a situação do pai que sofre de alzheimer e a cada dia, tem menos momentos de lucidez.

- Eu gostava de poder ajudar mais, mas com o zé desempregado não consigo!

- Eu sei, minha filha, Eu sei…

José, que comentava as notícias do Jornal com o Sogro sem esperar resposta e sem saber sequer se ele o estava a ouvir pensava que a pouca lenha que conseguiu trazer estava a acabar e não podia ligar o aquecimento. Está desempregado há bastante tempo e o subsídio de desemprego acabou. Ele não sabe como vai poder manter a casa nem sequer como vão sobreviver a partir do próximo mês. A Ana, sua esposa, está a tentar ajudar fazendo limpezas mas nem isso está fácil.

Já tinha perdido a vergonha que tivera no início e já tinha tentado tudo mas ninguém quer dar emprego a uma pessoa de 55 anos. Já tinha retirado a licenciatura do CV para se candidatar a empregos sem qualificação mas nem assim …

Enquanto olhava para os filhos, pensava como iria ser com as consultas do Pedro.O Pedro tinha problemas respiratórios que obrigavam a constantes idas ao Hospital e consultas privadas. Sem o subsídio, não as conseguiria pagar e até ao fim deste inverno, a vida do Pedro ia ser um inferno.

A Joaninha, ainda pequena não se apercebia das mudanças que vinham ocorrendo naquela família e sorria feliz enquanto via os desenhos animados na televisão.

As poucas prendas tinham sido compradas a muito custo e eram coisas essenciais como roupa e calçado, depois de a Ana calcorrear quilómetros à procura de algo que pudesse pagar.

A Sogra oferecera o Bacalhau que iam comer hoje ….


José Respirou fundo e pensou: Que acabe depressa o Natal!!! 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Negro

Quatro da manhã e espreito pela janela. A chuva cai há horas e a rua deserta só ganha vida com os reflexos das gotas de água sob a luz de candeeiros que já viram melhores dias. 
Apesar do quarto estar ainda quente, sinto um ligeiro frio provocado pela visão do exterior. 
Apetece-me fumar um cigarro mas tento resistir à tentação de vestir um roupão e ir até à janela da cozinha.

Tenho vestida uma t-shirt velha, quatro tamanhos acima do meu, deixando à vista partes de um corpo que eu sinto como acabado, velho e que já não vejo como meu há muito tempo.

Não sei há quanto tempo estou aqui a olhar para a rua a tentar esvaziar a mente e esquecer tudo nem que seja por momentos. Tento concentrar-me nas gotas que brilham como pirilampos com uma vida curta; demasiado curta pensava eu, demasiado…ou talvez não !

Queria que o amanhã não existisse, queria que fosse um pesadelo e que estivesse neste momento a sonhar comigo a olhar para a rua. Queria que me acordassem e me abraçassem dizendo que está tudo bem.

Mas eu sei que não estou a sonhar, sei que quando chegar a hora, tenha conseguido dormir ou não, terei de enfrentar as pessoas que neste momento dormem tranquilamente porque não são eu. Serei julgada, serei avaliada sem que tenham sequer ideia do esforço que faço para esboçar aquilo que pode parecer um sorriso ou para simplesmente dizer “Bom dia!”

Desde há muito tempo, todos os dias são assim, iguais, uns após outros e sinto que não vale a pena estar aqui. Viro-me para trás e na cama vazia, imagino aquele que já foi o meu homem e que algures, sozinho ou acompanhado, dorme tranquilamente, sem suspeitar que nem ele escapou ao negro em que se transformou a minha vida.

O trabalho, a família, o Amor, O Sexo,  … Nada mais me faz feliz; tudo é vazio e sem sentido e tento perceber: porquê?

Um problema químico, dizem eles, enquanto escrevem uma receita que é suposto voltar a fazer-me sorrir, enquanto estupidamente, sorriem também!

Mas eu sei que amanhã será igual a hoje e dia após dia irei sofrer para parecer que não sofro, irei sorrir para não ter de chorar e chegando a noite, quando todos dormem e sonham eu irei olhar para a rua da janela do meu quarto esperando que o amanhã não chegue, até que um dia, seguramente o amanhã não chegará !


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Quero poder insultar (todas) as pessoas


Muitas vezes, um simples insulto de vez em quando seria melhor e mais barato que todas as outras soluções alternativas que não passam de paliativos.

São as vezes em que não dizemos ao nosso superior aquilo que nos vai na alma e engolimos em seco, soltando um: “OK, tudo bem !”; É quando guardamos dia após dia, aquilo que nos apetece dizer ao nosso companheiro ou companheira mas que não temos coragem de dizer porque sabemos que os resultados vão ser catastróficos.

É o “ vá para a p….que te pariu! “ Que abafamos quando um polícia nos multou por ir a 91 km/h num local de velocidade limite de 80 km/h. 

É no fundo tudo aquilo que esta socialização nos impõe como regras de conduta e que nos obriga a ser comportados de acordo com normas mais ou menos bem definidas mas na sua maioria injustas e castradoras.

Não podemos insultar crianças, nem velhinhos, nem freiras, nem mulheres, nem 90% das pessoas com quem nos cruzamos, quando a maioria até o merece em algum momento (inclusivamente nós).

Então que fazemos? Inscrevemo-nos numa aula de Ioga, começamos a correr ou vamos ao futebol para poder insultar tudo e todos naqueles 90 minutos; insultamos a mulher, o marido, a vizinha, o patrão, o Policia, etc. e voltamos para casa mais felizes.
.
Os psicólogos dizem-nos que não devemos acumular e que devemos ser frontais e dizer o que nos vai na alma, como se isso fosse possível ou como se eles mesmos o conseguissem fazer.

Desafio qualquer psicólogo a dizer à Mulher: “ Não te vou responder, porque perguntares que vestido te fica melhor é uma armadilha e vais ficar chateada qualquer que seja a resposta e se queres mesmo saber, tanto me faz,porque nessa festa eu vou é olhar para as outras Mulheres, porque a ti vejo-te todos os dias com e sem vestido” ou ao Policia: ”Sr. Agente, independentemente de ter razão, não deixa de ser um filho da p…. porque aqui ninguém respeita o limite e tenho a certeza que se passasse aqui com o seu carro fazia a mesmo”.

Alivio? Obviamente que sim mas consequências desastrosas em ambos os casos e estamos a falar de unicamente de duas das centenas de coisas que nos moem no dia-a-dia.

Eu gostava de poder insultar a velhinha que se faz de distraída na caixa de supermercado, para passar à minha frente quanto tem todo o tempo do Mundo, só porque é velha; gostava de mandar para um determinado sitio o meu vizinho que todos os dias tem um cheiro maravilhoso a sair da casa dele à hora de jantar e que faz como que os meus take-aways saibam a papel. Gostava de chamar nomes ao pai daquela criança que corre feliz,todos os domingos à tarde das 14 às 19,no andar acima do meu (como os meus já fizeram por cima do meu vizinho de baixo).

Insultar não significa que desejamos mal ou desprezamos a pessoa que insultamos; é tão-somente a necessidade de,num determinado momento, soltarmos aquilo que temos acumulado.
Aquele que despejou a última gota que encheu o copo só teve azar de estar naquele sitio, naquele momento, como quando no escritório, calha-nos a nós apanhar a máquina de café sem água e temos de encher o reservatório.

A sociedade deveria permitir que nos insultemos de forma carinhosa: “ Minha senhora, Vá-se-f… , eu percebi que quer passar e até ia lhe dar o lugar mas agora que está armada em parva fica mesmo atrás de mim !, mas deixe-me por favor ajudá-la com o seu saco que é pesado”.

Seriamos tão mais felizes!!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Marcadores

A vida é uma sucessão de acontecimentos em que (isto é emprestado de algum lado) o tempo serve unicamente para que as coisas não aconteçam todas ao mesmo tempo; como um arquivo que vamos enchendo de separadores. 

Nem sempre a ordem é aquela que queremos e temos muitas páginas que gostaríamos de não ter de arquivar mas tudo junto, é o que somos!

Neste arquivo, esquecemos muitas coisas inesquecíveis e lembramos demasiadas coisas que não gostaríamos que fossem lembradas mas o tempo não cura o incurável nem apaga as marcas que vamos deixando.

Um beijo que pode ter sido o primeiro, uma caricia ou um simples olhar, uma noite, 20 anos, uma viagem, uma palavra ou uma perda, todos são marcadores neste arquivo que folheamos de vez em quando à procura de referências, de razões ou de nada em particular.

Lembro-me do dia em que coloquei o cinto do carro pela 1ª vez porque a minha vida já não era só minha mas era também tua; coloquei o cinto e coloquei um marcador.

Lembro-me de quando não existiam. Vivia sem saber que me faziam falta, sem saber que viver, podia ser outra coisa que simplesmente viver sem vos ter. É mais um marcador!

O Arquivo será sempre uma obra inacabada onde vamos acrescentando marcadores enquanto os dias passam, enquanto a vida nos dá razões para marcar. Muitas vezes passamos Muito tempo sem colocar um único marcador porque achamos que não vale a pena e é o próprio tempo que se encarrega de corrigir e fazer este trabalho por nós porque o arquivo existe quer queiramos quer não.

A riqueza de uma vida depende da quantidade de marcadores que ousamos colocar ao lado daqueles que a vida coloca por nós e eu quero colocar muitos mais, com cores e canetas fluorescentes, se a vida e o tempo mo permitirem.
.

O tempo é isto, a vida é isto ..  Marcadores !


Anormal


Podemos ser criativos no Amor?

Não estou falar da criatividade no sexo que poderia muito bem merecer um texto, mas que tem sido amplamente retratada em muitas outras sombras. Criatividade no Amor é muito mais difícil e infelizmente muito mais raro.


Obviamente que digo isto … visto daqui, como observador isento, de fenómenos que se passam no dia-a-dia de quase todos nós, incluindo-me eu mesmo, no “nós”.

Comecem a Criatividade no dia 17 Maio por exemplo. Não é o dia de anos de ninguém (perdoem-me aqueles cujo aniversário é a 17 Maio; apaguem e coloquem outra data e recomecem a ler) e não é nenhum dia festivo. Será um dia de trabalho, de escola ou outro dia qualquer como são quase 350 em cada 365 dias de cada ano.

Nesse dia, acordem (terão de o ter decidido no dia anterior provavelmente, por questões logísticas) e sejam criativos.

Criatividade não é fazer em dias especiais aquilo que não fazemos em dias normais, Criatividade e fazer de todos os dias, dias anormais. Criatividade é ser Anormal.

Se olharem para a vossa vida e acharem que coisas como: Entrar no banho dela pela manhã, Acordar de madrugada e fazer Amor, mandar um SMS da sala para a cozinha a dizer “Amo-te” ou simplesmente dizer: “hoje não vamos trabalhar” são coisas Anormais, lamento informar-vos que são pessoas NORMAIS mas que ainda estão a tempo de mudar.

Quando um dia, acordarem de manhã e fizerem coisas normais como: levantar, tomar o pequeno almoço, dar um beijo e ir trabalhar e o Vosso Amor ficar preocupado, podem ser oficialmente considerados ANORMAIS !!


Eu quero ser Anormal e Amar alguém que seja Anormal porque a Normalidade entorpece e faz do dia 18 de Maio, um dia igual ao dia 17 Maio e isso …. Eu não quero. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Relações Spotify ou Relações Vinil



EM 1995 ou em 2005, portanto há menos de 10 anos, Muita coisa era diferente.

Quando comprávamos um Disco de Vinil ou um CD, havia todo um prazer associado à procura na loja e à compra.
 Depois partíamos para casa com ânsia de ouvir a nova aquisição e durante dias não ouvíamos mais nada.
Foi assim que muitos de nós cresceram. Cada vez que ouvíamos um Disco ou um CD, o gesto de o retirar do seu invólucro era sagrado e feito com cerimónia, como se isso alterasse a futura experiência de o ouvir.

Apesar de gostarmos de várias coisas e de cada música, banda ou género ter o seu momento, éramos de alguma forma monogâmicos em relação à música.

Adquiríamos alguma coisa para durar e por isso éramos selectivos nas escolhas e cuidadosos no tratamento.

Hoje é a Geração Spotify  : adquirimos o direito de ouvir ou ver o que quisermos, quando quisermos, sem criar laços de afectividade com as nossas escolhas. Fast-Food, Fast-Music, Fast Movie….. Fast Love !

Não tomamos o tempo necessário a apreciar e criar uma relação com a música porque estamos desejosos de ouvir Tudo, de ver Tudo sem ter feito uma selecção cuidadosa, pensada e sobretudo com a premissa que era algo para a vida!

Nas relações, hoje, estamos cada vez mais cerca das relações Spotify  ou  Netflix em que os parceiros são distribuídos em cardápios disponíveis em redes sociais com pessoas virtuais, mais ou menos virtuosas. 
Clicamos e espreitamos a sua vida, como se fosse um teaser, clicamos ou passamos à frente, para o próximo. Se responder, óptimo, senão há milhares à espera!

Em 2015, somos descartáveis. Não criamos uma relação de afecto e estima, directamente proporcional ao prazer da busca. Hoje a busca está à distância de um clique e o fim de um romance é muitas vezes também um clique sobre “ignorar” ou “Apagar”.

Não quero ser Spotify!

Adoro o barulho da agulha no Vinil e a tristeza do risco no disco. Quero apreciar aquele defeito Único que fazia a música saltar naquele momento; não quero perfeição ilusória nem pertença ilusória.

Quero ser Um disco de Vinil e tocar até que já só se oiçam os riscos e uma vaga lembrança da música que antes era.


Quero envelhecer num armário que seja teu e não num qualquer arquivo digital numa qualquer nuvem que nunca fará chover!




quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Fica!

Fica! Não vás!

Quantas vezes essas palavras ficam por dizer? Quantas vezes nos arrependemos de não as ter dito com medo de as dizer?

Quando saía da cama onde tínhamos estado naquela noite ou quando já estava na porta e olhava para trás, naquele momento em que sabemos que tudo se decide numa simples palavra.

 “Fica!” Quer dizer muito mais que simplesmente “fica!”. “Fica!” Quer dizer que o espaço, o nosso espaço também lhe pertence. Quer dizer que aquela pessoa pertence a este lugar, um lugar que normalmente é nosso, só nosso. É assustador, porque não dizemos: “fica mais 5 minutos”, “fica mais meia hora”. 

“Fica”….. é como dizer “fica até quereres”

Dizer “Vem!”, é mais fácil, é partilha; mostra à pessoa que queremos que ela esteja no nosso espaço e que por alguns momentos, esse espaço será partilhado como quem partilha uma garrafa de vinho, uma noite de cinema ou uma noite de Amor. Tem principio, meio e fim.

Dizemos-lhe para vir, como fazemos um convite, com tempo e espaço definido. Vens até ao momento em que te vais, até ao momento em que não te vou dizer para ficar.

“Fica!” É tão mais que isso!

“Não vás!” … Este espaço pertence-te, sinto-me bem contigo aqui, sinto que sem ti fica vazio, Fica comigo até um dia, fica comigo para sempre ou até que queiras partir.

Naquele momento a pessoa passa a  "ser" e já não a "estar" e isso assusta.

Já me arrependi algumas vezes de ter dito “Vem” e já me arrependi de não o ter dito, mas não me quero arrepender de não ter dito “Fica!”.


Não quero que que te vás quando realmente quero que fiques.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tanto faz

Pode ser mais convencional na cama mas pode ser também no chão porque a cama estava longe. Pode ser no sofá com o som da televisão como banda sonora, ou na cozinha enquanto o jantar espera. 

Pode ser na praia com a areia em sítios impróprios ou pode ser no carro, num qualquer parque de estacionamento; mas quem diz carro, diz camião, carrinha, mota ou caravana….Duas ou Quatro rodas e até já o fizeram em três !!

Já todos experimentaram numa tenda e muitos quiseram fazer numa loja e não conseguiram; no trabalho é claro que é proibido mas também se faz. 

Na Igreja dizem que é pecado mas é possível, e já foi feito muitas vezes.

Pode ser lento como uma procissão ou pode ser rápido para não sermos apanhados … ou só porque sim. 

Pode ser de frente, pode ser de lado, pode ser de costas e até já há quem o faça à distância.

Pode ser com música de fundo, pode ser em silêncio e há quem só o faça aos gritos. Pode ser de manhã, à tarde ou à noite, virados a Norte ou a Sul e em qualquer hemisfério.

Com calor é excelente, com frio é muito bom; à chuva é complicado, na neve só pode mesmo ser por provocação.

Pode ser feito com muita luz ou na mais completa escuridão sem que o resultado seja diferente;

Com roupa ou todos nus depende de como se gosta ou de como se pode, mas já foi feito de todas as maneiras.

Pode-se ser pobre, rico, estúpido ou inteligente, ou várias dessas coisas ao mesmo tempo; Pode ser Cristão, pode ser Muçulmano e mesmo testemunha de Jeová, pode ser só entre eles ou misturados, neste caso tanto faz.


Foda-se! 

domingo, 29 de novembro de 2015

Se eu soubesse

Se eu soubesse escrever, editava um Romance sobre a nossa história e esse livro seria considerado o melhor hino ao Amor. 

Se eu soubesse cantar, gravava uma canção de Amor que estaria no primeiro lugar de todas as rádios durante anos a fio. 

Se eu soubesse pintar, fazia um quadro de ti tão magnífico, que o Mundo inteiro pararia para o admirar e seria disputado pelos melhores museus. 

Se eu soubesse falar, subia a um palanco para te fazer um declaração tão bonita,que seria transmitida em todos os canais ao mesmo tempo, em todas as línguas do Mundo. 

Se eu soubesse jogar futebol, seria Maradona, Pelé, Messi e Ronaldo num só jogador e todos os golos do Mundo ser-te iam dedicados.

Se eu soubesse Amar, ficava contigo até ao resto dos meus dias e faria de ti a Mulher mais Feliz do Mundo.


Se eu soubesse Quem tu és, tinha tempo para ser isso tudo e muito mais, porque tinha parado de te procurar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O que é feio e pobre, sonha com ouro a pensar em cobre

Hoje é mais um dia como os outros, uma página de calendário arrancada, naqueles calendários que já não se fazem. Hoje é ontem e é amanhã, como amanhã será o mesmo dia que foi hoje e será certamente depois.

Já não espero nada. Esperei demasiado tempo por algo que não veio. Sempre achei que na lotaria da vida me tinha saído um bilhete não premiado.

Nasci pobre, nasci feio, nasci longe do Mundo, nasci como se não tivesse nascido. O Mundo seria diferente sem mim? Alguém seria diferente sem me ter conhecido?

As Mulheres que Amei já não se lembram de mim, as pessoas que odiei não deram pelo meu ódio. Ter amado muito conta? Amei Mulheres de forma tão intensa que deixei de comer, deixei de dormir e quase deixei de viver. Se ao menos elas tivessem reparado, se ao menos elas tivessem visto debaixo do meu aspecto, a intensidade do que eu sentia, talvez … talvez elas pudessem ter-me Amado. Mas elas não viram, não repararam sequer como eu tremia na sua presença, não repararam como eu ficava mais feio e pobre quando apareciam tal era o Amor que eu sentia.

Nunca soube lutar por nenhum desses Amores; limitei-me a senti-los e a chorá-los uns após outros, e uns após outros, morreram, e eu ia morrendo com eles. Elas, as mulheres que Amei, amaram homens tão pobres e feios como eu e tiveram filhos igualmente feios e pobres como se fossem ninhadas.

Talvez elas não fossem o que eu imaginava e talvez não as amasse realmente, talvez fosse só a minha forma de pensar que buscava... sem buscar. 

Eu limitava-,e a olhar para o meu bilhete de lotaria e lamentava a sorte de não ter prémio.O prémio de não ser feio e pobre, O prémio de ser alguém.

Com o tempo, deixei de esperar, depois lentamente, e como se fosse uma pequena fuga, o Amor esvaiu-se de mim e junto com ele, apagou-se a pequena chama que ainda fazia de mim um Homem. Hoje sou mais pobre e mais feio do que alguma vez fui.

O Mundo continua como sempre, indiferente à minha presença, indiferente à minha ausência e nele, Homens e Mulheres Amam, Amam como nunca eu amei
.
Feio e Pobre, sobrevivo um dia após o outro e resigno-me ao bilhete sem prémio que me saiu e onde nas costas escrevi um dia que preferia não ter nascido.


nota :  

“O que é feio e pobre, sonha com ouro a pensar em cobre"

Esta frase foi retirada do livro de Gabriel Garcia Marquez “Amor em tempo de Cólera"..

Florentino lutou contra a mediocridade e foi o Amor que lhe deu asas nesse caminho. A frase que retirei do Livro é um hino a essa Luta. Pobre e feio Florentino, sempre soube distinguir o ouro do cobre. O fim é sublime e aconselho a quem ainda não leu, a perder-se nas agonias de Florentino Ariza, no seu Amor por Fermina Daza.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Prazer da leitura

Abri ligeiramente os olhos sem me mexer, estendi o braço como sempre fazia quando acordava e em vez do teu corpo ainda quente, senti o vazio frio do lençol.

Deviam ser 7 da manhã. O despertador ainda não tinha tocado. Estes minutos que mediavam entre o meu acordar e o toque do despertador sempre foram os melhores momentos do dia. 

No verão, com o lençol aos pés da cama, virava-me e ficava a olhar o teu corpo nu. Conhecia cada curva ligeira, cada protuberância e cada sinal por mais ínfimo que fosse. No inverno, debaixo do édredon que nos cobria, “lia” o teu corpo como se fosse braille e percorria-o com a ponta dos dedos até o despertador tocar.

Nunca sabia se estavas a dormir ou se fingias, para saborear estes momentos à tua maneira. Também teria gostado de ser lida, também teria gostado de ser olhada da forma como eu te olhava cada manhã mas nunca acordavas antes do despertador e se fui lida nunca o soube.

Quando o despertador finalmente tocava, abrias os olhos e virando-te para o meu lado, encaixavas-me naquele espaço que parecia feito para mim e que fazia a minha cabeça posar no teu peito, enquanto os meus braços se enrolavam como que magnetizados. 

Costumávamos ficar assim alguns minutos. Não nos beijávamos, não falávamos, e o único som que eu ouvia era o bater do teu coração que me embalava num ritmo lento.

Por vezes fazíamos Amor. Um amor diferente, mais cerimonial, quase sagrado por ser a essa hora. Nunca soube explicar porque Amar a essa hora da manhã, quando todos se levantavam e estavam a preparar-se para ir trabalhar, era diferente. Só os gemidos se faziam ouvir apesar da casa vazia, como se fossemos perturbar alguma coisa, como se estivéssemos a pecar.

Depois, levantavas-te, ainda em silêncio, enquanto eu ainda me deleitava na tua almofada, absorvendo o teu cheiro, como se fosse uma droga.

Rotina? Sim! Mas daquelas rotinas que nos fazem sentir vivos, que nos fazem sentir diferentes e únicos.

Hoje virei-me para o teu lado depois de sentir o vazio e fiquei a olhar para a almofada. Já não tinha o teu cheiro, mas bastava posar a minha cabeça na almofada fria para que, quase como um fabricante de perfumes, os meus sentidos reconstituíssem molécula a molécula, o aroma que deixavas nela todos os dias. Fechei os olhos e revivi em poucos segundos todos os momentos maravilhosos que tivemos de manhã nesta cama, nesta casa.

Não sei se partiste há muito, não sei se partiste ontem.

 A almofada já teve outras cabeças e o meu corpo, outros corpos, mas nunca mais tive o prazer da “leitura” nem nunca mais deixei o despertador tocar para me levantar da cama......vazia ou não.

domingo, 22 de novembro de 2015

Foda-se

Tenho notado que todos os textos que circulam nos blogues e no fb e que usam terminologia do tipo “foda-se”, ou “puta que pariu” têm muitos acessos.
Será porque as pessoas se revêm naquilo que são formas de expressão que toda a gente usa em alguns momentos mas que por pudor não usamos tanto no dia-a-dia (alguns) ?
Um “Foda-se” é muito mais libertador que um horrível “porra” ou que o ainda mais horrível “Fonix”. Um “foda-se” mostra o que realmente sentimos em alguns momentos e não há palavras no dicionário que o possa substituir.
Tudo isso para fazer um pedido :
Se leem as publicações de “visto daqui … não sei” , partilhem, coloquem gosto, ou critiquem se acharem que está uma merda, Foda-se !!!
Obrigado

Parvos

Estava a chegar a uma esplanada quando a vi. Nos seus trinta e tais, impecavelmente vestida num estilo casual que deixava claro um muito bom gosto. Computador aberto sobre a mesa, um capuccino ainda a fumegar ao lado e uns óculos pretos de massa em cima de uns papéis compunham a pequena mesa de madeira da esplanada.

Olhei discretamente para a sua mão esquerda procurando uma aliança enquanto escrevia algo no teclado, mas sobre o branco dos seus dedos não havia nada.
A sua joalharia limitava-se a uma pequena pulseira entrançada que as crianças costumam fazer para os pais. Uma filha? Uma sobrinha?

O seu cabelo castanho estava apanhado por um lápis para não estorvar o seu trabalho. Eu sempre achei que as mulheres faziam isso como uma mensagem subliminar para quem as vê, ou mais ainda para quem as olha. O lápis mostra um lado despreocupado com a aparência, como se aquele aspecto fosse natural, mas mostra também que é alguém que trabalha e não é fútil. Algo que os homens fazem com o telemóvel, jogando um jogo ou vendo a sua pagina de facebook como se estivessem a ler um mail importante.

Parece que estar numa esplanada sem fazer nada é proibido ou pouco atraente.

Ela sabia que eu estava a olhar (as mulheres sabem estas coisas) e eu nem precisava de disfarçar porque me tinha sentado virado na direcção dela, mas não sem antes olhar para o céu como se aquela posição fosse a única que o sol de fim de tarde permitia.

Por baixo da mesa, tinha as pernas cruzadas de forma obliqua à minha direcção, o que a colocava numa posição que eu achava que seria desconfortável. A saia que não era curta nem comprida deixava antever umas pernas longas e bem torneadas.

O meu café chegou, agradeci a empregada e distraído, despejei meio saco de açucar e mexi durante breves segundos.
Nos breves momentos em que eu baixei o olhar para o café, ela descruzou e voltou a cruzar as pernas ao contrário; era a prova que ela sabia que eu estava a observar.

Passaram-se alguns minutos e eu continuava sem fazer absolutamente nada que não fosse observar, olhando de forma aleatória para todas as mesas mas voltando sempre à mesa dela.

Finalmente. deixei sobre a mesa o dinheiro para o café e levantei-me. Ajeitei o casado e olhei descaradamente para ela procurando um cruzamento de olhar …. Mas nada. Saí pelo lado oposto de mãos nos bolsos, esperando ser observado e caminhei devagar tentando dar um ar de segurança que eu não tinha e fui embora.

Enquanto caminhava pensava que tudo não tinha passado da minha imaginação e que ela estava somente incomodada como o facto de estar a ser observada enquanto fazia algo para o seu trabalho aproveitando esta frescura de final de tarde numa esplanada.Os meus ombros descaíram e apressei o passo.

Naquele momento, a Mulher terminava uma frase naquilo que deveria ser um diário ou algo assim:
“ Ele acaba de se levantar e ir embora. Gostava de ter tido a coragem de lhe sorrir e quem sabe, ele tivesse retribuído... Era tímido, ou simplesmente não me achou interessante o suficiente para me dirigir a palavra ou sorrir. O dia acabou e volto agora para o meu apartamento vazio. Quem sabe amanhã não seja um dia mais feliz.”

Acabou de escrever, fechou o computador, arrumou os óculos e as folhas de papel, tirou o lápis do cabelo e colocou tudo na bolsa. Levantou-se e com o olhar baixo, saiu para o outro lado da rua…


A empregada, parada no meio da esplanada suspirou: “ Parvos” e voltou para dentro.



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Manuel da Silva Pereira , Um homem de causas !

“Um homem de causas”, poderia estar escrito na lápide. Naquele dia, ninguém queria ou teve vontade de relembrar o passado um pouco tumultuoso do Manel.

A única exigência do Manel tinha sido que quando morresse não se esquecessem do “Da” no nome. Vá se lá saber porquê?

Manel tinha ido para o Ultramar e como muitos outros veio de lá transtornado e com uma pesada herança que nunca o iria deixar até ao fim dos seus dias.
Hoje chamam lhe Stress Pós Traumático de Guerra, naquele tempo não lhe chamavam nada.

 Foi a muito custo que conseguiu retomar uma vida “normal” quando voltou da Guiné em 64.

Lá fez-se homem, se homem quer dizer aprender a conviver com a morte, com a dor e com o sofrimento. O Manel não tinha estofo para viver aquela vida e voltar são e não conseguiu nunca expurgar de dentro de si os episódios que passara naquelas matas. Manel não tinha a capacidade de compartimentar, e desde a sua volta, na sua cabeça, tudo se misturava.

Casara logo após a sua vinda com a noiva que o esperava desde a sua partida. Tinha ficado noivo antes de partir, como muitos outros, porque necessitava manter um elo de ligação com a vida do lado de cá. Se amava ou não, só ele o saberia mas pouco importava agora. No casamento a noiva tinha tido a estranha sensação de casar com um estranho, o tempo viria a dar-lhe razão.

De pessoa alegre e extrovertida, passou a ser uma pessoa reservada, fechada e sobretudo passou a ser um homem de causas mesmo que as causas não fossem as dele. Em pouco tempo tornou-se Comunista. Manel era comunista com o mesmo fervor com que era adepto do F.C.Porto e as duas causas misturavam-se muitas vezes naquela altura. - Eram as causas das Minorias - Ser comunista para o Manel não era defender um regime politico, era ser a favor dos mais desfavorecidos e só aqueles que o conheciam melhor conseguiam aperceber-se dessa ténue mas importante diferença.

O esmorecer da costela comunista, numa altura em que o FC porto já não era minoria e o comunismo já não era papão, levou a que a sua vida acalmasse um pouco.

Tinha sido convidado a reformar-se antecipadamente do banco onde trabalhara e por isso o tempo chegava-lhe para ir ao café do Chico beber um copito de vez em quando. O copito tinha o defeito de lhe soltar a língua e fazer voltar os fantasmas do passado, que 30 anos tinham ajudado a disfarçar. 

Mas quando o Manel sentia chegar os demónios, retirava-se e era com alguma nostalgia e tristeza na alma que voltava para casa, onde a sua mulher o esperava como sempre, com um sorriso e o jantar feito.

Ele passara os últimos 30 anos a lutar contra esses demónios e conhecia-os melhor que ninguém; já os tinha de alguma forma domesticado.

Tivera ainda antes dos cinquenta um ataque cardíaco e esse dia marcara para ele uma mudança brusca na sua vida. Foi como se o seu corpo tivesse dado um aviso aos demónios que se continuassem, não haveria mais corpo para eles se divertirem. Ninguém soube como ele conseguiu a partir dessa data, conviver com os seus demónios; nunca ninguém saberá a que preço e com que sofrimento o terá conseguido.

A verdade é que o Manel ganhara a admiração de muita gente e foi portanto um cortejo fúnebre com muitas pessoas que se dirigiu ao cemitério.

Cemitério esse, que era um lugar que O Manel frequentava com bastante regularidade; passava por várias campas e parava muitas vezes durante bastante tempo perto de pessoas que nem sequer lhe eram chegadas. Porquê essas pessoas em particular?


Só o Manel o saberia explicar mas seguramente que deveriam ter mais a ligá-los que os próprios imaginavam; é que os demónios têm a língua solta e o Manel seguramente sabia coisas que os outros não sabiam. Coisas dos demónios!


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Foi numa manhã



















Todos os dias e todos os Amores começam de manhã.... 

Foi na noite que Amamos  mas foi de manhã que me fizeste feliz.


Foi com um copo de vinho que falamos, mas foi com um café que dissemos tudo.

Foi à noite que me abraçaste mas foi ao acordar que me tocaste mais.

Foi numa manhã que, sem palavras, me disseste que me amavas.

Foi no vapor do teu banho que escrevi as palavras "Amo-te".

Foi no teu cheiro que de manhã me encontrei quando me tinha perdido em ti nessa noite.

É na noite que te desejo mas é nas manhãs que te Quero.

Foi numa manhã que eu percebi que estavas na minha vida e não na minha cama


Entraste na minha vida em muitas noites mas foi numa manhã que ficaste.