VISTO DAQUI.... NÃO SEI

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Quero poder insultar (todas) as pessoas


Muitas vezes, um simples insulto de vez em quando seria melhor e mais barato que todas as outras soluções alternativas que não passam de paliativos.

São as vezes em que não dizemos ao nosso superior aquilo que nos vai na alma e engolimos em seco, soltando um: “OK, tudo bem !”; É quando guardamos dia após dia, aquilo que nos apetece dizer ao nosso companheiro ou companheira mas que não temos coragem de dizer porque sabemos que os resultados vão ser catastróficos.

É o “ vá para a p….que te pariu! “ Que abafamos quando um polícia nos multou por ir a 91 km/h num local de velocidade limite de 80 km/h. 

É no fundo tudo aquilo que esta socialização nos impõe como regras de conduta e que nos obriga a ser comportados de acordo com normas mais ou menos bem definidas mas na sua maioria injustas e castradoras.

Não podemos insultar crianças, nem velhinhos, nem freiras, nem mulheres, nem 90% das pessoas com quem nos cruzamos, quando a maioria até o merece em algum momento (inclusivamente nós).

Então que fazemos? Inscrevemo-nos numa aula de Ioga, começamos a correr ou vamos ao futebol para poder insultar tudo e todos naqueles 90 minutos; insultamos a mulher, o marido, a vizinha, o patrão, o Policia, etc. e voltamos para casa mais felizes.
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Os psicólogos dizem-nos que não devemos acumular e que devemos ser frontais e dizer o que nos vai na alma, como se isso fosse possível ou como se eles mesmos o conseguissem fazer.

Desafio qualquer psicólogo a dizer à Mulher: “ Não te vou responder, porque perguntares que vestido te fica melhor é uma armadilha e vais ficar chateada qualquer que seja a resposta e se queres mesmo saber, tanto me faz,porque nessa festa eu vou é olhar para as outras Mulheres, porque a ti vejo-te todos os dias com e sem vestido” ou ao Policia: ”Sr. Agente, independentemente de ter razão, não deixa de ser um filho da p…. porque aqui ninguém respeita o limite e tenho a certeza que se passasse aqui com o seu carro fazia a mesmo”.

Alivio? Obviamente que sim mas consequências desastrosas em ambos os casos e estamos a falar de unicamente de duas das centenas de coisas que nos moem no dia-a-dia.

Eu gostava de poder insultar a velhinha que se faz de distraída na caixa de supermercado, para passar à minha frente quanto tem todo o tempo do Mundo, só porque é velha; gostava de mandar para um determinado sitio o meu vizinho que todos os dias tem um cheiro maravilhoso a sair da casa dele à hora de jantar e que faz como que os meus take-aways saibam a papel. Gostava de chamar nomes ao pai daquela criança que corre feliz,todos os domingos à tarde das 14 às 19,no andar acima do meu (como os meus já fizeram por cima do meu vizinho de baixo).

Insultar não significa que desejamos mal ou desprezamos a pessoa que insultamos; é tão-somente a necessidade de,num determinado momento, soltarmos aquilo que temos acumulado.
Aquele que despejou a última gota que encheu o copo só teve azar de estar naquele sitio, naquele momento, como quando no escritório, calha-nos a nós apanhar a máquina de café sem água e temos de encher o reservatório.

A sociedade deveria permitir que nos insultemos de forma carinhosa: “ Minha senhora, Vá-se-f… , eu percebi que quer passar e até ia lhe dar o lugar mas agora que está armada em parva fica mesmo atrás de mim !, mas deixe-me por favor ajudá-la com o seu saco que é pesado”.

Seriamos tão mais felizes!!

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