No dia 25 de Dezembro à noite, passada a euforia das compras
e passado o tempo em família, volta a realidade.
O papel de embrulho volta a ser só papel, as luzes de Natal já
são só luzes e a distância que encurtou nestes dias volta à sua medida de todos os dias e estica-se por mais 364 dias.
As prendas que recebemos passam a ser coisas que temos como
tantas outras coisas que já temos.
Os livros irão repousar como objectos na mesa-de-cabeceira ou
numa estante até que num outro qualquer dia do ano, ou nunca mais, voltem a ser
livros.
Muito serão só, e para sempre, uma lombada virada para nós, como
lembrança de um Natal em que foram mais que papel.
O pinheiro, que marca o início da época de Natal, já pede
para voltar para a caixa na garagem, onde não tem luzes nem enfeites e deitado, espera voltar a erguer-se.
Hoje, as músicas de Natal que ontem encantavam, já soam mal
e arranham os ouvidos, as luzes empalidecem devagar, dizendo adeus e até para o
Ano e no lixo acumulado em frente às casas, os póneis, as bolas de Natal e os
pinheirinhos que trouxeram fantasia e sonhos debaixo de uma árvore na sala, são
levados pelos homens de amarelo que misturam num único lugar, os sonhos e as
desilusões de um Natal que já acabou.
Feliz próximo Natal.
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