Um dia fui comprar um livro e disseram-me:
“está esgotadíssimo” !!! Eu perguntei ao Vendedor qual a diferença entre
esgotado e esgotadíssimo?
Será que se estivesse só esgotado podia ter esperança
de encontrar um exemplar perdido?
Será que esgotadíssimo quer dizer esgotado há
muito tempo ou (caso concreto, segundo explicação do vendedor) que para além de
estar esgotado, muita gente tem vindo à procura?
Saindo da FNAC, conversei com a
minha filha que estava comigo, sobre a diferença entre “esgotado” e “esgotadíssimo”
e sobre todas estas formas de linguagem em que por vezes queremos dar realce a
alguma situação e como estas formas passam a ser banais e perdem a força que
poderiam ter se fossem usadas com moderação.
Um pouco como quando tudo é “bué
de top” e não somente “top” na linguagem adolescente.
A propósito disso hoje vieram-me
à cabeça coisas que costumamos dizer como por exemplo : “Amo-te Muito!”
… É possível Amar pouco?
A Palavra Amor é tão abrangente
que não se lhe pode adicionar nada; ou se Ama ou não se Ama!
Dizer Amo-te Muito é como dizer
que alguém está muito morto ou muito vivo. Podemos gostar pouco ou muito de
alguma coisa ou de alguém mas não podemos Amar pouco, porque Amar não é só um
sentimento, é um Estado. Amar só pode ser incondicional como a vida e a Morte.
O Amor pode acabar, obviamente, pode
ser sofrido, pode ser duro, pode ser até curto, mas não pode nunca ser Pouco!
Como todos os adjectivos e advérbios
que usamos vezes demais sem parcimónia e que perdem o sentido, a palavra “Amor”
tem de ser usada com moderação. A palavra “Amor” devia vir com indicações, como
nas bulas dos medicamentos sobre as doses e modos de uso para que não passe a
ser banal e deixe de ter sentido.
Não Amem muito! Amem muitas vezes
!
Sem comentários:
Enviar um comentário