VISTO DAQUI.... NÃO SEI

VISTO DAQUI.... NÃO SEI

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

off topic - Carta Imaginária de um refugiado

Meu irmão,

Esta Guerra, estas bombas não são minhas, nunca as quis! Eu sei que também não são tuas e sei que tens medo.

Vi filhos a morrer nos braços de mães, vi mães a morrer no colo de filhos enquanto as bombas sem rosto e sem pátria nos matavam. 
Bombas talvez feitas no teu país, lançadas, talvez, de aviões feitos pelos teus irmãos, antes de voltarem para casa junto das suas famílias.

Dizes-me que não tens culpa e entendo-te, Juro que entendo. Dizes que este país é teu e eu pergunto: “Meu irmão, o que é um País?”

Fronteiras são cicatrizes mal curadas de feridas abertas ao longo do tempo por aqueles que não queriam a paz mas sim a guerra. Não fui eu que as fiz, nem foste tu.

Tu que acreditas no teu Deus diz-me onde ele dividiu a Terra? Diz-me onde ele desenhou estas linhas imaginárias que fizeram morrer tanta gente em seu nome desde que o homem existe.

Por uma estranha coincidência, nas terras áridas onde morríamos de fome porque a terra é madrasta, estava a morte diluída num líquido negro, que atravessou as tuas fronteiras sem que reclamasses e hoje por causa dele…. Morremos todos. Morro eu das bombas, morres tu de forma mais lenta, morre o Mundo.

Eu não quero a tua pátria, quero a minha paz e a paz não pode ter fronteiras!


Peço desculpa por te chamar irmão mas sei que me vais entender, senão hoje, talvez daqui a algum tempo. Talvez seja demasiado tarde, talvez eu esteja já morto mas se não entenderes isso a tempo de me salvar, entende pelo menos a tempo de te salvar porque em cada uma dessas crianças, mulheres e homens que morrem, acredita que morres um pouco também !



Sem comentários:

Enviar um comentário