VISTO DAQUI.... NÃO SEI

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domingo, 12 de junho de 2016

Sou Rico

Não são necessários escrituras ou empréstimos bancários. Existem lugares espalhados pelo Mundo que são meus. Pertencem-me e ao contrário de outras coisas e outros lugares, estes, nunca me poderão ser retirados.

No mapa das minhas propriedades, estão locais que são de todos, outros que não são de ninguém, mas todos são meus. Em alguns lugares que me pertencem estive meses, noutros apenas minutos e com alguns talvez apenas tenha sonhado mas não deixam de ser meus.

Aquele banco de jardim é meu, aquele pequeno espaço entre as dunas também é meu; também é meu aquele banco onde muita gente escreveu as suas iniciais e aquele quarto de hotel que vou emprestando a outros desde aquele dia em que ficou meu.

É meu aquele lugar de estacionamento banhado pelo luar, é minha aquela pedra junto ao rio; a 45ª laje do chão daquele cais onde estive horas sentado a falar de mim também me pertence.

Não os reclamei, nem quero a sua exclusividade. São meus como são de outros. Não da mesma forma, talvez não com a mesma intensidade, mas com a mesma propriedade com que são meus também são deles

Tenho a sorte de ter lugares meus espalhados pelo Mundo e isso faz de mim um homem rico; uma riqueza que não posso deixar em testamento mas que deixo um pouco todos os dias para aqueles que Amo porque foram estes locais que fizeram de mim o que sou. 

domingo, 5 de junho de 2016

Fiquem vivos

E se amanhã todos soubéssemos a data da nossa morte?

A ideia não é original; vi-a num filme e conseguiu pôr-me a pensar.

Saber a data da morte é algo que infelizmente alguns sabem mesmo se com alguma aproximação e as posturas são várias dependendo do estado de saúde, do espirito mas mais ainda, da proximidade da data.

Aproximam-se daqueles que amam, deixam de perder tempo com gente estupida, fazem aquilo que sempre sonharam fazer…. Tudo coisas que deveriam ser óbvias mesmo sem saber que se vai morrer daqui a pouco.

Todos saberem a data da sua Morte é bastante diferente e colocaria um dilema grande no momento em que duas pessoas se aproximam. “E tu, quando vais morrer?”

Será que escolheríamos as pessoas pela data da morte? Será que condicionaríamos os nossos amores pelo tempo ainda disponível para ambos ou só para o outro?

Será que no início de uma relação isso seria relevante ou só pensaríamos no assunto mais tarde?

 Cartões de cidadão teriam para além da data de nascimento, a data da morte.

“- Desculpa, mas pretendo uma relação longa e morres daqui a pouco tempo” e ela virava-me as costas

Imagino sites a nascer em que as pessoas se relacionariam pela data da morte, criando uma infinidade de Romeus e Julietas. Pessoas que sabem que morrem no mesmo dia da pessoa amada.

“Até que a morte vos separe … ou seja até ao dia 5 de março de 2027 ”, diria o padre no dia do casamento.

“Cavalheiro respeitável procura senhora para companhia até ao dia 18 janeiro de 2019” podia ser um anúncio normal.

Mas não, nada disso é verdade nem será e Não sabemos quando vamos morrer.

Se soubesse gostaria de pensar que não seria diferente do que sou ou melhor dizendo, que não sou diferente do que seria......se soubesse !

Fiquem vivos !