
O sol nasce à hora marcada, o despertador
toca quando tinha de tocar e na rua os sons são os mesmos, repetidos dia após
dia.
Nada nesses dias os fazem parecer
diferentes, nem um aperto no estômago, nem uma especial boa disposição, nada…
Mas num determinado momento desse dia,
talvez num alinhamento dos
astros que nenhum telescópio ainda identificou, acontece alguma coisa que faz
com aquele dia seja um dia, que no meio de milhares de dias que vivemos até
então e com sorte no meio de outros que ainda viveremos, seja um dia marcado a
ferro na nossa vida.
O que nos faz diferentes talvez
seja a capacidade de identificar estes dias quando eles acontecem e não mais tarde,
quando já são passado e quando o presente já os arrefeceu e os assimilou naquilo
que alguns chamam de história e outros chamam de “Vida”.
O ferro marcado cicatriza muito rapidamente e quando olhamos para trás vemos a cicatriz mas
esquecemos a dor e é na dor que está a força do ferro, não ma marca que ele
deixa.
Espero poder continuar a conseguir
enxergar estes dias, sem anestesia, sem filtros e sentindo a dor do ferro
quando ele penetra a pele.
Quero sentir na primeira pessoa do
presente do indicativo e não no pretérito imperfeito de quem conjuga a vida no
tempo e na pessoa errada.
Há dias que são dias diferentes, únicos
e Singulares e há dias que simplesmente foram!